Os preços dos alimentos no Brasil e no mundo estão em alta há mais de 18 anos. No governo Bolsonaro, a inflação da alimentação chegou a 10% ao ano, e apesar de um recuo no início do governo Lula, alguns produtos dispararam, como as carnes bovina e suína, que subiram 23% desde setembro do ano passado. Mas, ao contrário do que dizem setores do mercado financeiro, essa alta não é culpa do aumento da demanda ou das políticas de transferência de renda.
Exportação e alta do dólar e especulação financeira
Com a crescente demanda internacional por produtos agrícolas brasileiros, produtores preferem vender para o exterior, onde os alimentos estão 50% mais caros. Com isso, a oferta no mercado interno diminui, e os preços sobem.
A influência do mercado futuro de commodities e da Bolsa de Valores também impacta os preços. Produtos como café e milho já são vendidos meses antes da colheita, e a especulação faz os preços dispararem.
Desmonte de Políticas Públicas e condições climáticas
A extinção dos estoques reguladores de alimentos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o desmonte do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) no governo Bolsonaro retiraram mecanismos que ajudavam a equilibrar os preços. Secas, enchentes e outros eventos climáticos extremos reduzem a produção, pressionando ainda mais os preços.
Impactos na População
- Insegurança alimentar: 32,8% dos brasileiros estavam em situação de insegurança alimentar entre 2020 e 2022, seguidos de um recuo de 18,4% entre 2021 e 2023, graças à retomada das políticas sociais.
- Perda de renda: O aumento dos preços compromete ainda mais o orçamento das famílias, agravando a desigualdade.
- Concentração de renda: Pequenos produtores e consumidores são prejudicados, enquanto grandes exportadores e empresas do agronegócio lucram mais.
O Que Pode Ser Feito? Investir em crédito rural, estoques reguladores e no fortalecimento da agricultura familiar, criar regulação para impedir que o mercado financeiro dite os preços dos alimentos, reduzir custos com transportes e garantir melhor distribuição dos produtos, além de revisar a tributação para reduzir impostos sobre a cesta básica e garantir que a redução chegue ao consumidor final.
Para combater a carestia e garantir alimentação digna à população, é essencial fortalecer a luta por políticas que coloquem a segurança alimentar e os direitos do povo acima dos interesses do mercado. O Sindsep segue na defesa de um Brasil mais justo e com comida no prato de todas e todos!