Câmara de Quixadá aprova em 1ª votação aumento da contribuição previdenciária; servidores denunciam confisco

Projeto enviado à Câmara por Ricardo Silveira (PSD) terá 2ª votação nesta quinta (29); medida amplia alíquotas do IPMQ e é amplamente rejeitada pelos servidores municipais

13

Nesta terça-feira (27), a maioria dos vereadores de Quixadá aprovou, em primeira votação, o Projeto de Lei 010/2025, enviado em caráter de urgência pelo prefeito Ricardo Silveira (PSD). A proposta aumenta a contribuição previdenciária dos servidores municipais ao Instituto de Previdência Municipal de Quixadá (IPMQ), afetando tanto os trabalhadores da ativa quanto aposentados e pensionistas. A segunda votação está prevista para esta quinta-feira, dia 29.

Com 12 votos favoráveis e 4 contrários, a matéria avançou mesmo diante de intensos protestos dos servidores que lotaram a Câmara para denunciar o projeto como um ataque direto aos direitos da categoria. O magistério será uma das categorias mais prejudicadas, tendo um aumento na contribuição individual. No entanto, o governo afirma que pretende aumentar a sua participação na folha de pagamento referente à categoria, podendo ultrapassar 30%.

A medida cria uma tabela escalonada de descontos conforme a faixa salarial. Para os servidores ativos, as alíquotas serão:

  • 14% para quem recebe até 1 salário mínimo;
  • 15% para quem recebe acima de 1 e até 3 salários;
  • 16% para quem recebe acima de 3 salários.

Para os inativos, as contribuições serão:

  • Para quem recebe até 2 salários mínimos não ocorrerá cobranças;
  • 14% entre 2 e 4 salários;
  • 15% entre 4 e 6 salários;
  • 16% acima de 6 salários.

Durante a sessão, vereadores da base governista e representantes da gestão Ricardo Silveira citaram a realização de concurso público como possível solução para ampliar as receitas do IPMQ no futuro. No entanto, não há qualquer plano anunciado ou previsão concreta para o certame, o que gerou descrédito e indignação entre os servidores, que classificaram a promessa como mais um caso de estelionato eleitoral.

“O que estamos vendo é o governo tentando resolver uma crise que ele mesmo causou, porque nunca se apresentou como o verdadeiro responsável pela conta. Não vamos aceitar que joguem este prejuízo nas costas dos trabalhadores. A categoria não aceita nenhuma das soluções apresentadas, porque todas ignoram o que a base reivindica: valorização real, diálogo e justiça”, afirmou Izaltina Gonzaga, presidenta do Sindsep.

Confira a seguir como foi a votação:

Votaram a favor do projeto:

  • Aziz Baquit Neto (PSD)
  • César Augusto Filho (PSB)
  • Darlan Lopes (PSD)
  • Pedro Neto (PL)
  • Renan Almeida (PSD)
  • Zé Rogério (PSD)
  • Cayke Fernandes (PL)
  • Cida Bezerra (PSD)
  • Geysyane Siqueira (PRD)
  • Jackson Perigoso (PSB)
  • Professor Damasceno (PL)
  • Renê Matias (PSB)

Votaram contra:

  • Iranildo Bacurim (PT)
  • Michel Jucá (PSD)
  • Marinez Onofre (União Brasil)
  • Mônica Pelegrine (PT)

Logo após o encerramento da sessão, as servidoras e os servidores presentes realizaram uma assembleia na própria Câmara Municipal para deliberar os próximos passos da mobilização. A primeira ação definida foi uma paralisação nesta quarta-feira (28), com concentração a partir das 7h na Praça José de Barros.

O Sindsep segue mobilizado e convoca a categoria a fortalecer a resistência nos próximos dias para barrar a aprovação definitiva da proposta. “A luta agora é pela reversão do ataque e pela construção de alternativas que não recaiam, mais uma vez, sobre quem sustenta os serviços públicos da cidade”, declarou Izaltina.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here