O Ceará mais uma vez apareceu no topo do ranking nacional da alfabetização infantil, com 85,3% das crianças alfabetizadas na idade certa. Mas por trás desses números, comemorados pelo governo, está a mobilização permanente dos profissionais da educação, que seguem pressionando por investimentos reais e valorização para que a escola pública funcione.
De acordo com dados divulgados este mês pelo Ministério da Educação, o Ceará superou de longe a média nacional, que ficou em 59,2%, mantendo a liderança pelo terceiro ano consecutivo. As entidades sindicais reforçam, no entanto, que nada disso aconteceu sem luta: greves, paralisações, campanhas salariais e anos de negociação garantiram direitos, melhorias na estrutura das escolas e formação para os trabalhadores.
“Os números só aparecem porque nós não desistimos de lutar. Se dependesse só da boa vontade do governo, ainda estaríamos sem muitos instrumentos e com condições de trabalho ainda piores”, afirma Izaltina Gonzaga, presidenta do Sindsep.
As conquistas arrancadas à força incluem contratações de professores, ampliação do tempo integral, reformas em escolas e programas de formação continuada. No entanto, problemas graves persistem em diversas regiões, como o não cumprimento integral do piso do magistério, a falta de valorização dos profissionais de apoio, a sobrecarga e as desigualdades regionais, que continuam na pauta.
Para manter os bons números, a educação depende diretamente de mais investimentos e de valorização efetiva da categoria. “A escola pública só entrega qualidade quando quem está lá todos os dias é respeitado e tem condições de trabalhar. Por isso seguimos cobrando, para que cada criança possa se desenvolver na idade certa”, finaliza Izaltina.