Segundo dia do 1º Congresso do Sindsep reforça coletividade, debate conjuntura e resgata trajetória de 36 anos de luta

Servidores e lideranças aprofundam análise crítica e destacam a importância da unidade para enfrentar desafios atuais

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O segundo dia do 1º Congresso do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Quixadá, Ibaretama, Banabuiú, Choró e Ibicuitinga (Sindsep), realizado no sábado (27), teve início com uma mística mobilizadora conduzida pela presidenta Izaltina Gonzaga. Com emoção, ela destacou a essência coletiva da entidade: “Um sindicato não funciona com uma pessoa apenas. Temos sindicatos, servidores e diretores compondo este congresso porque acreditamos no poder da coletividade”, afirmou. A atividade abriu caminho para uma manhã de debates e reflexões que marcaram o encontro.

Por Igor Thawen

Foto: Nathan Gomes

Na sequência, ocorreu a leitura e aprovação do Regimento Interno do congresso, conduzida por Agacir de Matos, secretária-geral do Sindsep, e Marlene Luiz de Lima, secretária-geral da coordenação de Ibaretama. O momento foi de diálogo aberto, com espaço para esclarecimento de dúvidas, sugestões e pedidos de vista dos pontos apresentados. Ao final, o documento foi aprovado pelos congressistas, consolidando o caráter democrático do encontro.

A primeira mesa de debates trouxe uma análise da conjuntura internacional, nacional e municipal, com exposição da economista Adriana Marcolino, diretora técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e mediação de Sheila Gonçalves, secretária de formação do Sindsep. Sheila destacou a urgência da mobilização: “Vivemos um turbilhão de informações e ataques à classe trabalhadora, por isso precisamos estar atentos e engajados nas três esferas”. Já Adriana apresentou dados e reflexões sobre os impactos da política econômica mundial e brasileira, lembrando que medidas como o “tarifaço de Trump” podem gerar perdas bilionárias ao Brasil e que os juros elevados no país limitam empregos, reduzem serviços públicos e pioram as condições de vida. “Quando a classe trabalhadora deixa de ter acesso a políticas de investimento, ela come menos e mora pior. Uma meta de inflação de 3,5% em uma economia como a brasileira é irreal”, analisou.

Ainda pela manhã, foi aprovado o texto de conjuntura estratégica do Sindsep, apresentado por Graça Costa, secretária da mulher do Sindsep e secretária de organização da Central Única dos Trabalhadores (CUT), com coordenação de Sheila Gonçalves. Graça defendeu a importância de alinhar o olhar sobre os cenários político e social às estratégias da entidade, reforçando a centralidade da unidade sindical. “Precisamos compreender o momento para agir com clareza e firmeza. O Sindsep é parte de uma luta maior que nos conecta ao movimento sindical brasileiro e internacional”, pontuou.

A terceira mesa do dia foi dedicada a resgatar a história das lutas e conquistas do Sindsep ao longo de seus 36 anos de atuação. O painel contou com a participação das ex-presidentas Graça Costa, Luciene Oliveira e Neiva Esteves, além da atual presidenta Izaltina Gonzaga, sob coordenação de Socorro Ricarte, secretária de políticas sociais do Sindsep, e Valdisia Prudêncio, 1ª secretária do sindicato em Choró. Em falas emocionadas, os dirigentes revisitaram suas trajetórias à frente da entidade. “Só tenho a agradecer pelas contribuições que permitiram ultrapassar barreiras e garantir vitórias para os servidores dos cinco municípios”, disse Neiva. Já Izaltina ressaltou a continuidade da luta: “Sindicato é continuidade. Muitas das pautas que colhemos hoje começaram no passado. Minha meta é estar cada vez mais próxima dos servidores e servidoras de todas as categorias que representamos”.

O turno da manhã foi encerrado com um almoço de confraternização no espaço da Cúria Diocesana, reunindo delegados e delegadas que seguiram a programação do congresso. O segundo dia reforçou a dimensão histórica e política da entidade, mostrando que o Sindsep se renova com a força de sua base e com a memória de 36 anos de luta, reafirmando seu papel estratégico na defesa dos servidores municipais e do serviço público.

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