Os movimentos populares brasileiros lançaram em 1º de julho o Plebiscito Popular 2025, uma consulta nacional que pretende ouvir a população sobre duas reivindicações centrais: o fim da jornada de trabalho na escala 6×1 e a adoção de um sistema tributário mais justo, com isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e aumento da taxação para os mais ricos.
A votação, aberta até 7 de setembro, pode ser feita de forma virtual, pelo site oficial da campanha (https://plebiscitopopular.org.br/), ou presencialmente, de acordo com a disponibilidade de urnas em cada localidade.
Organizado por centrais sindicais, movimentos sociais, estudantis, religiosos, artistas e partidos, o plebiscito tem como objetivo mobilizar milhões de brasileiros em torno de pautas que, segundo os organizadores, são sistematicamente barradas no Congresso Nacional por interesses conservadores. A intenção é reunir votos suficientes para entregar o resultado aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em outubro.
Além da votação, a campanha promove a formação de comitês locais, debates públicos, atividades culturais e mutirões de divulgação para engajar a sociedade e ampliar a consciência coletiva sobre os impactos das pautas. O modelo se inspira em mobilizações anteriores, como a consulta popular sobre a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) em 2002, que atraiu mais de 10 milhões de votos.
Os organizadores explicam que o fim da jornada 6×1 — que atualmente permite ao trabalhador descansar apenas um dia por semana — e a redução da jornada para, no máximo, 40 horas semanais são reivindicações históricas para melhorar a qualidade de vida e reduzir a sobrecarga física e mental. Já a pauta tributária propõe isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil e aumentar a taxação para quem recebe acima de R$ 50 mil, como forma de combater a desigualdade social.
O plebiscito não tem efeito legal imediato, mas serve como instrumento de pressão política, articulação e mobilização popular. Os resultados deverão sinalizar ao Congresso e ao governo federal a legitimidade social das demandas apresentadas.
O resultado final será divulgado em 6 de outubro. Até lá, os movimentos pretendem intensificar as ações nas ruas e nas redes para alcançar o maior número possível de brasileiros.