Feminicídio cresce 4% e escancara a impunidade da violência contra a mulher

O combate ao feminicídio exige medidas urgentes, como o fortalecimento da rede de proteção, maior fiscalização das medidas protetivas e campanhas de conscientização

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O Brasil registrou 3.946 feminicídios em 2023, um crescimento de 4% em relação ao ano anterior, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O aumento reflete o agravamento da violência de gênero e a falta de medidas eficazes para interromper o ciclo de agressões. Em 70% dos casos, o agressor era o companheiro ou ex-companheiro da vítima, o que evidencia que a violência contra a mulher começa dentro de casa.

A impunidade segue sendo um dos principais desafios. Embora a Lei do Feminicídio tenha sido sancionada há uma década, o país ainda enfrenta dificuldades na aplicação da legislação e na efetivação de medidas protetivas. Em 2023, foram registrados mais de 8 mil processos de feminicídio no Judiciário, mas muitos dos casos não resultam em condenações ou penas adequadas.

Além disso, a subnotificação continua sendo um problema. Muitas mulheres não denunciam seus agressores por medo de represálias ou por descrença na Justiça. A pesquisa “Visível e Invisível”, do Fórum de Segurança Pública, revela que quase metade das vítimas de violência doméstica não procuram ajuda. Quando o fazem, a maioria busca apoio de familiares e amigos, e não da polícia.

O combate ao feminicídio exige medidas urgentes, como o fortalecimento da rede de proteção, maior fiscalização das medidas protetivas e campanhas de conscientização. A violência de gênero não pode continuar sendo naturalizada, e a sociedade precisa cobrar do poder público ações concretas para frear esse massacre silencioso.

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