Governo anuncia isenção de impostos sobre alimentos da cesta básica; medida passa a valer a partir desta sexta (14)

País ainda sofre com a urgência de políticas estruturais para conter a inflação: imposto de exportação, retomada dos estoques reguladores e mudança no do Plano Safra para produção voltada ao consumo interno são medidas ainda necessárias

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Após meses de alta no custo de vida, o governo federal anunciou a isenção do imposto de importação para 11 itens da cesta básica, incluindo carne, café e azeite. A medida entra em vigor nesta sexta-feira (14).

A decisão é vista como fundamental para frear a alta dos preços. No entanto, especialistas alertam que, para garantir a estabilidade no longo prazo, é essencial adotar medidas estruturais. É preciso retomar os estoques reguladores, ampliar o financiamento da produção de alimentos para o mercado interno, redirecionar o foco do Plano Safra para além das monoculturas e adotar um imposto de exportação como forma de priorizar o abastecimento nacional e conter os impactos da especulação sobre os preços dos alimentos. Sem essas mudanças, a inflação continuará pesando no bolso dos trabalhadores.

A lista de produtos com imposto zerado inclui carnes desossadas de bovinos congeladas, café torrado e em grãos, milho, massas alimentícias, bolachas, azeite extravirgem, óleo de girassol, açúcar e sardinhas enlatadas. No entanto, a medida não contempla frangos e suínos, amplamente consumidos pelas famílias trabalhadoras.

A redução de tributos pode aliviar temporariamente o preço dos alimentos, mas é preciso lembrar que quem paga essa conta são os trabalhadores, que seguem enfrentando arrocho salarial e a falta de políticas eficazes para conter a inflação. Enquanto os lucros das grandes corporações permanecem intocados, a classe trabalhadora continua arcando com o peso dos aumentos no custo de vida.

O governo estima um impacto fiscal de R$650 milhões ao longo de um ano, mas já sinalizou que a isenção pode ser revertida a qualquer momento. Além disso, os estados não serão obrigados a reduzir o ICMS, o que pode limitar os efeitos da medida e manter os preços elevados para os consumidores.

“A classe trabalhadora não pode depender de medidas emergenciais e temporárias. É preciso lutar por políticas de valorização salarial, garantia de segurança alimentar, combate à ganância dos mercados e mobilização para que essas medidas sejam mantidas”, destacou a diretoria do Sindsep.

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