Mais armas, mais perigo: violência armada contra mulheres cresce 42% 

Especialistas relacionam esses números ao crescimento da circulação de armas de fogo no Brasil, impulsionado por decretos que facilitaram o acesso a armamentos entre 2019 e 2022

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A violência armada contra mulheres no Brasil cresceu de forma alarmante nos últimos anos. Dados do Instituto Sou da Paz apontam um aumento de 42% nos casos de mulheres feridas por armas de fogo entre 2020 e 2023. No período, foram registradas 4.395 notificações de vítimas que sobreviveram aos ataques. O estudo indica ainda que quase 30% dessas mulheres já haviam registrado denúncias de violência antes do crime, evidenciando a falha do Estado em protegê-las.

O levantamento também mostra que a violência não se distribui de forma homogênea pelo país. O Norte e o Nordeste registraram um aumento de 29% nos casos, enquanto o Sudeste teve um crescimento de 23%. Especialistas relacionam esses números ao crescimento da circulação de armas de fogo no Brasil, impulsionado por decretos que facilitaram o acesso a armamentos entre 2019 e 2022.

Além do impacto direto na vida das vítimas, a presença de armas em contextos de violência doméstica aumenta significativamente o risco de feminicídios. Isso porque a arma potencializa o poder do agressor, que muitas vezes já possui histórico de violência contra a vítima. A relação entre violência armada e feminicídio se comprova nos dados: a cada dez mulheres assassinadas no Brasil, quatro foram mortas a tiros.

Diante desse cenário, especialistas reforçam a necessidade de políticas públicas mais rigorosas para restringir o acesso a armas, fortalecer as medidas protetivas e garantir a punição dos agressores. O desmonte da política armamentista e o fortalecimento da rede de proteção são passos essenciais para reduzir a violência contra as mulheres no Brasil.

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