Mulheres ganham menos que homens: diferença média chega a 22%

Trabalho doméstico segue como obstáculo para a equidade: mulheres gastam 10 horas a mais em tarefas domésticas não remuneradas

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Apesar de avanços na legislação, a desigualdade salarial entre homens e mulheres persiste no Brasil. Dados do Dieese revelam que mulheres em cargos de gerência ganham, em média, R$40 mil a menos por ano do que os homens na mesma posição. Essa disparidade se reflete em todas as faixas salariais, com uma diferença média de 22% nos rendimentos, o que equivale a R$762 a menos por mês para as trabalhadoras.

A desigualdade é ainda mais acentuada entre mulheres negras, que enfrentam barreiras duplas: o racismo e o machismo. Enquanto os homens não negros têm um rendimento médio de R$ 4.536, as mulheres negras recebem pouco mais da metade disso: R$ 2.105. Além disso, quase metade delas ganha até um salário mínimo, evidenciando a precarização do trabalho feminino.

Outro fator determinante para essa desigualdade é a dupla jornada imposta às mulheres. Enquanto os homens trabalham, em média, 4,3 horas a mais por semana em empregos formais, as mulheres gastam 10 horas a mais em tarefas domésticas não remuneradas. Esse acúmulo de funções reduz as chances de qualificação profissional e ascensão na carreira, perpetuando a desigualdade.

Para reduzir esse abismo salarial, é essencial fortalecer políticas de equidade no mercado de trabalho, como fiscalização da Lei da Igualdade Salarial, incentivo à contratação de mulheres em cargos de liderança e ampliação de políticas públicas que garantam o compartilhamento das responsabilidades domésticas, como creches acessíveis e horários flexíveis.

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