Plebiscito Popular cobra justiça social e taxação dos super ricos: Brasil possui 56 bilionários e mais de 380 mil milionários

Consulta nacional pressiona Congresso por justiça tributária em um país onde pobres pagam mais e os super-ricos acumulam fortunas

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Desde o início de julho, movimentos sociais, sindicatos, partidos progressistas e organizações da sociedade civil realizam em todo o país um Plebiscito Popular para ouvir a população sobre pautas essenciais à justiça social. Entre as questões centrais está a taxação dos super-ricos e a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, temas que podem contribuir para combater as desigualdades e melhorar a qualidade de vida da classe trabalhadora. A votação ocorre presencialmente e também através do site https://plebiscitopopular.org.br/.

O retrato da concentração de riqueza no Brasil

Segundo levantamento da Forbes de abril de 2025, o Brasil conta atualmente com 56 bilionários, cuja fortuna combinada ultrapassa 212 bilhões de dólares. Já dados do banco UBS estimam que o país tinha cerca de 380 mil milionários em 2024, com previsão de ultrapassar 470 mil nos próximos anos.

Essa elite econômica paga proporcionalmente menos impostos do que trabalhadores assalariados de baixa e média renda, graças a benefícios como a isenção sobre lucros e dividendos e a baixa tributação sobre heranças, que no Brasil chega a no máximo 8%, muito abaixo de países como França ou Japão, onde pode ultrapassar 40%.

No sistema tributário brasileiro, a carga recai principalmente sobre impostos indiretos, como ICMS, PIS/Confins e ISS, cobranças sobre o consumo. Isso faz com que os 10% mais pobres cheguem a comprometer mais de 30% de sua renda com tributos, enquanto os mais ricos comprometem menos de 20%, segundo dados do Instituto Justiça Fiscal.

Desigualdade social: pobres pagam mais impostos

Em abril deste ano, o governo elevou a faixa de renúncia do Imposto de Renda para salários de até R$ 3.036 mensais (dois salários mínimos). Embora seja um avanço, entidades representativas de trabalhadores defendem que essa isenção seja ampliada para quem ganha até R$ 5 mil por mês, medida que beneficiaria milhões de brasileiros e teria custo estimado de R$ 27 bilhões anuais.

Para compensar a isenção do IR e promover justiça social, de acordo com economistas, há a necessidade de uma ampla reforma que inclua a tributação de lucros e dividendos, aumento da alíquota sobre heranças, criação de imposto sobre grandes fortunas (previsto na Constituição) e redução da tributação indireta sobre consumo.

Nos próximos dias deve ser apresentada a proposta que amplia a isenção para R$ 5 mil segundo o presidente da Câmara, Hugo Motta. Enquanto isso, vem crescendo a mobilização de sindicatos, partidos e movimentos sociais para pressionar o Congresso Nacional por avanços.

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