
A manhã desta terça-feira (13) foi marcada por um encontro potente na sede da CUT Ceará, em Fortaleza. A Roda de Conversa – Pela Vida das Mulheres, Por Reparação, Bem Viver e Soberania reuniu trabalhadoras, dirigentes sindicais e movimentos sociais no encerramento da programação do Julho das Pretas e na abertura do Agosto Lilás, mês dedicado à mobilização pelo fim da violência contra as mulheres.
A atividade contou com palestras, diálogos e trocas de experiências que fortaleceram a organização das mulheres e da classe trabalhadora. Estiveram presentes as secretárias Claudinha Silva (Mulher Trabalhadora) e Edivânia Costa (Combate ao Racismo), além das diretoras Sheila Gonçalves e Izaltina Gonzaga, representando o Sindsep.
O contexto e os números reforçam a urgência das pautas discutidas. De acordo com o Atlas da Violência 2025, quase 4 mil mulheres foram vítimas de homicídio no Brasil em 2023, sendo 68% delas negras. A maioria desses crimes (81%) ocorreu no ambiente doméstico. Dados do Ministério das Mulheres mostram que, só em 2024, foram registrados 1.450 feminicídios, além de 2.485 homicídios dolosos ou lesões seguidas de morte.
A violência sexual também segue alarmante: foram 71.892 casos de estupro registrados em 2024, média de 196 por dia. No mesmo ano, o Ligue 180 recebeu 596,6 mil denúncias de violações de direitos das mulheres, um aumento de 25,8% em relação a 2023, com destaque para a violência psicológica (32,6%) e física (29,7%).
“Diante desse cenário, temas como reparação, bem viver e soberania das mulheres não são apenas bandeiras simbólicas, mas exigências urgentes para combater a violência de gênero, o racismo estrutural e as desigualdades que atingem, sobretudo, as mulheres negras trabalhadoras”, destacou Izaltina Gonzaga.