Servidores e servidoras de todo o Ceará tomam as ruas de Fortaleza em defesa do serviço público

Marcha reúne milhares na Praça da Imprensa contra a Reforma Administrativa e o desmonte do Estado brasileiro

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Fortaleza amanheceu nesta quinta-feira (9) tomada por faixas, cartazes e vozes em defesa dos direitos da classe trabalhadora. Milhares de servidores e servidoras municipais, estaduais e federais se reuniram na Praça da Imprensa para participar da Marcha em Defesa do Serviço Público, movimento que integra a jornada nacional de lutas contra a Reforma Administrativa e o pacote de retrocessos que tramita no Congresso Nacional.

Foto: Nathan Gomes

O ato, convocado por entidades sindicais de diversas categorias, reforça que a Reforma Administrativa representa uma ameaça direta aos direitos conquistados historicamente pelos trabalhadores e trabalhadoras e ao acesso da população a serviços essenciais como saúde, educação e assistência social.

Segundo a presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Quixadá, Ibaretama, Banabuiú, Choró e Ibicuitinga (Sindsep), Izaltina Gomes, a marcha expressa a indignação e a resistência de quem diariamente faz o serviço público acontecer. “Estamos aqui para dizer que não aceitaremos o desmonte do Estado, nem a retirada de direitos. O serviço público é do povo, e é por ele que marchamos”, afirmou.

A mobilização também denuncia as pautas antipopulares que estão tramitando no Congresso Nacional. Para as lideranças sindicais, a luta unificada é fundamental para garantir valorização, estabilidade e condições dignas de trabalho.

O Congresso recua avanço da proposta após mobilizações

Após semanas de mobilização intensa em todo o país, o Congresso Nacional recuou na apresentação da proposta, parecendo apenas aguardar o momento certo para pautá-la, já que enfrenta novamente forte resistência das entidades sindicais. As manifestações, atos e paralisações realizados nas últimas semanas em diversos estados, com destaque para a marcha em Fortaleza, têm sido fundamentais para barrar o avanço do projeto e expor seus impactos na vida da população.

Em maio, foi criado um Grupo de Trabalho pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), formado majoritariamente por deputados alinhados à agenda de austeridade fiscal, para discutir uma nova versão da Reforma Administrativa (antiga PEC 32/2020), proposta já rejeitada pela ampla resistência das categorias de trabalhadores e trabalhadoras.

O relatório apresentado é exatamente o que se temia: ameaça à estabilidade, reduz ainda mais os concursos públicos, corta direitos e abre caminho para a privatização de serviços públicos por meio do sufocamento sistemático das condições de funcionamento do Estado.

“Toda vez que o Congresso tenta ressuscitar uma proposta que destrói o serviço público, os trabalhadores mostram que não aceitarão retrocessos. Essa marcha é parte da história de luta do povo brasileiro em defesa do que é de todos”, destacou Izaltina Gomes.

A jornada de lutas seguirá nos próximos dias com ações conjuntas entre sindicatos, federações e confederações em todo o país. A meta é fortalecer a unidade das categorias e ampliar o diálogo com a população brasileira sobre o papel social do serviço público e a importância de sua valorização como instrumento de justiça e igualdade.

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